QUANDO A ARTE TRANSFORMA HISTÓRIAS: APRESENTAÇÃO DO GRUPO SOMOS EMOCIONA O FESTIVAL MEU VIZINHO PARDINI
- ANTENA
- 19 de mai.
- 3 min de leitura

No último sábado, 17 de maio, a Praça da Assembleia, em Belo Horizonte, foi tomada por uma energia vibrante e emocionante. O motivo? A apresentação do Grupo Somos durante o Festival Meu Vizinho Pardini — um encontro que celebrou a potência da arte como ferramenta de transformação pessoal, comunitária e social. No palco e nos bastidores, o que se viu foi mais do que uma coreografia bem ensaiada. A cada passo de dança, sorriso e olhar emocionado, transbordava a força de uma comunidade que acredita no afeto, na coletividade e no poder da cultura para criar novos caminhos. Era a expressão viva do pertencimento, da escuta e da construção conjunta.
Adrianna Moreira canta a sua e a nossa história
Entre os momentos mais marcantes da manhã, esteve o encontro da cantora Adrianna Moreira com os jovens artistas do Grupo Somos. Mais do que dividir o palco, eles compartilharam histórias de vida semelhantes. Oriunda de escola pública e de uma infância simples em Venda Nova, Adrianna viu na arte uma possibilidade de mudança. A mesma escolha que move os jovens do projeto.
“Quando conheci o espaço do Somos Comunidade, me emocionei. Parecia que eu estava voltando no tempo. Aquela estrutura oferecida para essas crianças é algo muito precioso, que pode realmente mudar destinos”, contou a artista.
O show, realizado às 10h, também teve a participação dos Arautos do Gueto, Maurício Tizumba e da trupe da Sociedade do Riso, numa celebração coletiva da música, da dança e do riso como instrumentos de transformação. No repertório, músicas como Vilarejo, Peça Felicidade, Quem tem um amigo tem tudo, Que Beleza, Mudar o Mundo e Vai na Fé embalaram a manhã de sábado com mensagens de esperança e pertencimento.
Histórias que inspiram
Entre os jovens do Grupo Somos, duas trajetórias se destacam como símbolo de superação e inspiração. A primeira é de Thais Gabrielly Silva da Cruz, ou “Thaizinha”, de 21 anos, moradora do Morro das Pedras. Integrante do projeto desde a infância, hoje ela é orientadora artística e referência para os novos participantes. “Há 15 anos, eu era a criança que estava sendo ajudada. Agora posso retribuir. O que mais me marca no Somos é a união”, destaca.
A segunda história é de Kamilla Martins Ferreira, de 18 anos, que começou a dançar aos quatro. Depois do ballet, encontrou no jazz sua linguagem principal. Atualmente, Kamilla é assistente de professora no Núcleo Artístico e está cursando Educação Física. “Hoje, além de dançar, ensino. Isso me permite entender como transmitir técnica, sensibilidade e paixão pela dança”, afirma.
Formação, visibilidade e futuro
Para Lilian Nunes, diretora artística e executiva da Coreto Cultural, realizadora do projeto Somos Comunidade, a apresentação no Festival Meu Vizinho Pardini representa mais que uma vitrine. “A circulação formativa abre oportunidades singulares para jovens talentos periféricos. O Grupo Somos amplia o acesso à formação artística, incentiva a profissionalização e promove a geração de renda, ao mesmo tempo em que fortalece vínculos comunitários e afetivos.”
Patrocinado pelo Instituto Unimed-BH, o projeto acredita que a arte é uma ferramenta concreta de transformação. E Adriana Moreira reforça esse legado com sua própria história: “Muitas pessoas da minha infância não tiveram essa chance. Algumas se perderam. Mas aquelas que estiveram comigo em projetos culturais são hoje cidadãs conscientes, realizadas e atuantes. É isso que projetos como o Somos Comunidade oferecem: oportunidade, pertencimento e novos horizontes.”
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